Monografias
Trabalhos escritos e defendidos pelos membros do Laboratório no nível da graduação.
Todos os Direitos Reservados aos autores.
"As Cruzadas Vistas pelos Árabes": uma análise das Cruzadas a partir da obra homônima de Amin Maalouf
Denisse Sandovetti Policarpo Silva
Denisse Sandovetti Policarpo Silva
Autora: Denisse Sandovetti Policarpo Silva
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2022
Resumo: As cruzadas foram batalhas militarizadas realizadas pelo Ocidente cristão com a justificativa de reconquistar a Terra Santa, Jerusalém, em eventos que se tornaram populares no imaginário do Ocidente. Porém, Jerusalém é uma cidade localizada no Oriente Médio e tem grande importância para outras religiões monoteístas além do Cristianismo, como o Islamismo e o Judaísmo. Jerusalém é considerada o terceiro lugar mais sagrado para o Islã, depois de Meca e Medina. Durante o processo de conquista de Jerusalém pelos cruzados, outras terras árabes foram invadidas e ocupadas. A pesquisa buscou entender outra perspectiva sobre os eventos que ocorreram entre 1096 até 1291; uma visão a partir dos povos que foram invadidos. Para isso, ela se baseia na análise do livro do escritor libanês Amin Maalouf, “As Cruzadas vistas pelos Árabes” (Les Croisades vues par les Arabes), publicada no ano de 1983, em francês.. O autor apresenta, ao longo do romance que mistura História e Literatura, os relatos de historiadores e cronistas contemporâneos aos eventos que ficaram conhecidos posteriormente como As Cruzadas na historiografia ocidental.
Palavras-Chave: Árabes; Cruzadas; Literatura; História; Cronistas.
Gertrude Bell: relatos e experiências
Leticia Gabriela Silvério
Leticia Gabriela Silvério
Autora: Leticia Gabriela Silvério
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2022
Resumo: O presente trabalho buscou analisar as narrativas presentes nos diários compostas pela exploradora e arqueóloga inglesa, Gertrude Bell (1868-1926), durante os anos de 1877 a 1919. O intuito foi delinear o percurso que a levou ao protagonismo nas políticas imperiais britânicas e a construção de sua narrativa sobre sociedades não europeias, que se mostraram impregnadas dos discursos coloniais de barbárie x civilização.
A figura de Bell apresentou uma contradição entre seus afetos pessoais sobre essas sociedades e o discurso adotado sobre elas, baseados em preconceitos raciais e culturais que se mostraram repletos de continuidades e rupturas ao longo de suas narrativas. Essas contradições presentes em sua figura foram o despertar do interesse desta pesquisa, que tentou expô-los ao longo do trabalho de escrita.
Palavras-Chave: Diários íntimos, Imperialismo, Narrativas.
Livros Antigos, Leitores Modernos: O Kitab al'Ibar de Ibn Khaldun e o Orientalismo no século XIX
Marina Garcia Ferreira
Marina Garcia Ferreira
Autora: Marina Garcia Ferreira
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2022
Resumo: Foi no século XIV que o historiador árabe muçulmano Ibn Khaldun (1332-1406) escreveu os livros que compuseram sua extensa obra histórica, o Kitab al’Ibar (Livro das Lições). Escrita nos momentos em que o autor conciliava seus trabalhos de reflexão intelectual aos serviços de corte, a obra de Ibn Khaldun inclui três livros de análises sobre a escrita da história, sobre a formação e a estrutura das sociedades de sua época, caracterizada especialmente por crises e fragmentações políticas. Os livros incluem a história do passado dos árabes e de outros povos relevantes para sua cultura, bem como, sobre os berberes, etnia predominante na região onde passou a maior parte da vida, o Magrebe. Apesar de importante impacto entre leitores de sua época e além, a obra de Ibn Khaldun era desconhecida da cultura ocidental. Foi apenas no início do século XIX que obra se tornou objeto de interesse durante a formação do Orientalismo moderno. O Orientalismo não se constitui apenas de práticas de representação, mas se trata também de ferramentas de uso acadêmico e político de autoridade do Ocidente sobre o Oriente. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é demonstrar como houve uma apropriação de uma obra do século XIV para objetivos bastante delineados por um interesse imperialista em países orientais. A França e o Orientalismo, no século XIX, não foram apenas uma coincidência de oportunidades, mas a conciliação e formação de um projeto de cerca de trinta anos. Assinalado como marco a partir de 1798, nas Campanhas napoleônicas para o Egito, e particularmente mais desenvolvidas entre e após a colonização na Argélia em 1830. A busca de manuscritos, de fragmentos, os projetos de traduções, as escolhas, o perfil dos envolvidos, contam não apenas a narrativa de um livro antigo, mas também sobre quem eram os leitores deste livro, e porquê era de interesse saber sobre condições históricas e sociais de culturas estrangeiras de cinco séculos passados.
Palavras-Chave: Ibn Khaldun, Kitab al'Ibar, traduções, manuscritos, Orientalismo.
O bushidô de Inazo Nitobe na formação da imagem do samurai
Audrey Agnes Adriane Roque Rodrigues
Audrey Agnes Adriane Roque Rodrigues
Autora: Audrey Agnes Adriane Roque Rodrigues
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2022
Resumo: Ao pensar no Japão, uma das primeiras lembranças que vêm à mente das pessoas é o samurai. Mesmo governando o Japão por quase 700 anos, sua figura poderia ter sido esquecida após a extinção da classe guerreira. Entretanto, até os dias atuais continua sendo um dos símbolos do Japão reconhecidos em todo o mundo. Este trabalho estuda o processo pela qual a imagem do samurai, como a conhecemos hoje, foi criada, conservada e propagada dentro e fora do Japão. Para tanto, será analisado e confrontado com a bibliografia reunida, o livro de Inazo Nitobe, Bushido: The Soul of Japan, um dos autores que contribuíram no processo.
Palavras-Chave: Nitobe, Bushidô, Samurai, Meiji.
Xi’er, diga adeus aos seus cabelos brancos: A emancipação feminina na Revolução Chinesa analisada através do filme “A Garota dos Cabelos Brancos” (1951)
Laís Cristina Carvalho Vaz
Laís Cristina Carvalho Vaz
Autora: Laís Cristina Carvalho Vaz
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2022
Resumo: Quando tratamos sobre o processo revolucionário chinês, é decerto que, a questão de gênero é pouco discutida na historiografia brasileira dentro dos estudos sobre a Revolução - um tema que contraditoriamente é bastante debatido. É importante destacar que o processo de emancipação teve início durante o período republicano no século XX e começou a ganhar cada vez mais espaço, como por exemplo durante o Movimento 4 de Maio de 1919 e com a fundação do Partido Comunista Chinês em 1921, nos quais diversas mulheres chinesas se engajaram na luta pela libertação. Com isso, o presente projeto tem como objetivo compreender a ascensão feminina no período da Revolução Chinesa (1949) através da produção de um dos longas-metragens mais conhecidos desde a fundação da República Popular da China, A Garota dos Cabelos Brancos (Bai Mao Nu 白毛女), produzido pelos cineastas Wang Bin e Shui Hua no ano de 1951 na China Continental, considerando a relevância do cinema como meio de investigação histórica.
Palavras-Chave: cinema, questão de gênero, Revolução Chinesa.
DESENHANDO A OCUPAÇÃO ISRAELENSE: traços de denúncia de uma limpeza étnica em Palestina, de Joe Sacco (1948-1992)
Débora Pinese Frias
Débora Pinese Frias
Autora: Débora Pinese Frias
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2021
Resumo: A ocupação israelense dos territórios palestinos teve início com as imigrações de judeus, a criação oficial do Estado de Israel e os ataques às aldeias palestinas, em 1948. Com esse advento, iniciou-se o processo de limpeza étnica, que visou expulsar a população local a partir de ataques, do agravamento intencional das condições materiais de existência dessas pessoas, e posteriormente, contou com a tentativa de apagamento sistemático dessa população da história oficial do Estado ocupante. Esta monografia pretende compreender como o processo iniciado em 1948, desdobrou-se durante os períodos posteriores, nos conflitos árabes-israelenses; nas relações de Israel com os Estados Unidos e com demais Estados árabes; e na Primeira Intifada, iniciada em 1987, que perdurou durante a época em que os materiais iniciais da fonte deste trabalho, a reportagem em quadrinhos Palestina (2011), foram elaborados originalmente, entre 1991 e 1992. Para tanto, a análise desta fonte será realizada por meio dos elementos estéticos e textuais inseridos em seu material e pela percepção de como essa obra dialoga com o contexto de sua produção e com os aspectos nãoficcionais que integram a sua narrativa.
Palavras-Chave: Palestina, Limpeza étnica, Reportagem em quadrinhos.
Imigração japonesa e a segunda guerra mundial: a construção da imagem dos imigrantes japoneses no jornal O Estado de São Paulo (1939-1945)
Mayumi Hirayama
Mayumi Hirayama
Autora: Mayumi Hirayama
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2021
Resumo: Neste trabalho abordaremos a imigração japonesa no Brasil durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), buscando entender se houve uma tentativa de criar uma imagem dos imigrantes japoneses num popular jornal da época, O Estado de S. Paulo, e se sim, de que forma essa imagem foi construída e trabalhada pelo jornal, tendo em vista que o Japão se torna inimigo do Brasil após a entrada do último na guerra, o que resulta em uma intensificação de sentimentos negativos para com estes imigrantes.
Palavras-Chave: Imigração japonesa, O Estado de S. Paulo, Segunda Guerra Mundial.
Dos pés descalços à Neotokyo: uma análise da construção da memória da Segunda Guerra Mundial e da identidade japonesa através dos filmes de anime
Gabrielli Braz Matiotta
Gabrielli Braz Matiotta
Autora: Gabrielli Braz Matiotta
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2021
Resumo: Essa pesquisa trata da construção da memória acerca da Segunda Guerra Mundial em cinco filmes de animação japonesa: Momotaro: O Deus dos Soldados do Mar (1945), Gen Pés Descalços (1983), Akira (1988), Túmulo dos Vagalumes (1989) e Vidas ao Vento (2013). Através de referências teóricas e historiográficas, as narrativas de guerra presentes nas animações serão analisadas com o intuito de compreender suas características e especificidades dentro da lógica de criação de uma memória disseminada tanto no Japão como globalmente, uma vez que esses filmes, sendo produtos da cultura pop japonesa, são amplamente consumidos tanto dentro como fora do país.
Palavras-Chave: Segunda Guerra Mundial, Japão, Anime, Memória, Identidade.
Nosso sangue é palestino : história, memória e identidade de refugiados palestinos em Mogi das Cruzes -SP
Wiliam Wilson Alves Junior
Wiliam Wilson Alves Junior
Autor: Wiliam Wilson Alves Junior
Orientação: Samira Adel Osman
Ano: 2017
Resumo: A questão do surgimento de contingentes de refugiados na era contemporânea está intrinsecamente relacionada aos conflitos do século XX. A partir da segunda metade do mesmo século foram criados mecanismos internacionais de proteção aos refugiados. No caso da Palestina, a formação de grandes levas de refugiados tem como marcos histórico primeiramente os acontecimentos ocorridos no território entre o final do ano de 1947 e o ano de 1948, os conflitos que se seguiram e principalmente a guerra de 1967. A questão palestina é conformada principalmente a partir de 1948, sendo até os dias atuais o problema internacional mais espinhoso do pós-guerra, representando o confronto entre uma afirmação e uma negação. No ano de 2007 chegou ao Brasil, um grupo de mais de 100 refugiados palestinos oriundos do campo de refugiados Ruwesheid na fronteira entre a Jordânia e o Iraque e foram reassentados na cidade de Mogi das Cruzes - SP. A história oral como metodologia de pesquisa, em uma temporalidade histórica presente, pode contribuir de forma satisfatória para o conhecimento da história de vida desses refugiados palestinos, contribuindo para o entendimento das características do refúgio, o conteúdo de suas memórias e os contornos de uma suposta identidade.
Palavras-Chave: Refugiados palestinos, Questão Palestina, Identidade, Memória